Há alguns anos venho enfrentando os desafios de conciliar a maternidade com a vida empreendedora. Trago algumas verdades sobre essa realidade, a maternidade fez com que eu fosse de encontro ao fundo do poço, lá eu encontrei muitas coisas e, dentre elas, foquei nos problemas. Fazia com que eles fossem maiores do que realmente eram, como se fosse uma mistura de prazer em sentir essa dor e projetava no outro a piedade e ajuda. Em alguns momentos, brigava com quem tentasse me colocar para cima, tentando me ver melhor.
Dias de Neblina.
Até que um dia, eu mesma não suportava mais aquele ciclo, aquele looping de ilusões. Respirei fundo e fui de encontro com coisas que me fizessem gargalhar, me sentir bem, independente do cabelo sujo preso num coque, a privação de sono, não poder dar um berro para o mundo inteiro ouvir que eu mais queria, era ser ouvida.
Fui de encontro ao autoconhecimento.
Pois bem, passados anos de “dias de luta, dias de glória”, dei continuidade no meu sonho de ter uma empresa de comunicação, publicidade, marketing, conteúdo, que atendesse o pequeno empreendedor, com qualidade, na realidade dele, que não pensasse em BV (bonificação sob veiculação – entendedores, entenderão), e sim em levar o meu propósito: invista em comunicação, você pode!
Nossa, em quantas áreas você quer atuar Adriana! Você deve estar pensando! (Sim, eu leio mentes). Penso que uma coisa depende da outra, não tem como pedir um briefing para o meu amigo que acabou de abrir um café e precisa de uma identidade visual maravilhosa e que transmita o que de fato é o negócio dele.
Em 2017 participei da 4ª Edição do Evento Mulheres Digitais, era o que precisava para retomar meu projeto, ou seria abrir a mente? Ver que existe vida após a maternidade? Independente disso, teve um momento de homenagem, foi ai que quando chamaram a @anafontesbr (Ana Fontes), na ocasião ela usava com frequência a hashtag #MenosEuMaisNós em seus discursos, ela começou a contar um pouco de sua origem, de sua história, de sua luta no “mundo corporativo” e parecia que, na verdade, ela fazia um papel de vidente, como se estivesse falando de mim. E eu, como uma boa geminiana, desci e conversei com ela. Sorridente e receptiva, me acolheu e passou seus contatos. Era aquilo que queria para minha vida!
Começou meu engajamento com a @rede-mulher-empreendedora (RME), fundada pela Ana Fontes e tudo, exatamente tudo o que a Rede divulgava, lá estava eu. Durante esse percurso recebi um e-mail para me cadastrar como mentora. Li vários e-mails “não foi dessa vez”. Mas não desisti, levo comigo a frase da @dilma-souza-campos-20275829 (Dilma Campos): “Desistir, jamais!”
Para minha surpresa, ontem (06/08/2019), foi minha chance, mentora do Mentoring Day da RME! Atendi 6 empreendedoras, que na minha cabeça como mídia (área da agência de publicidade), a conta se faz da seguinte forma: 6 empreendedoras, 6 famílias que impactei positivamente. 6 empreendedoras que com seus projetos, podem gerar empregos para outras famílias e assim, tornando o ecossistema “sustentável”. Foi lindo, foi incrível ouvir: “Eu tinha certeza que ia passar com você”; “Você tem uma energia incrível!”; “É isso o que precisava ouvir”; “Obrigada!” e teve até um “Vamos marcar um café!”.
Aquela pessoa que foi de encontro com suas crenças limitantes, valores, lá no fundo do poço, estava capacitada a entrar positivamente na vida de pessoas com realidades e projetos distintos. Ver olhos vidrados no que eu dizia, ver que o sonho de todas que estavam ali era super possível de dar certo, me empolgou muito, me fez sentir uma felicidade profunda e ter a certeza da minha missão nesse momento: contribuir com o negócio de empreendedores, ser ouvido, ser rede de apoio.
Vai lá e faz!
Obrigada Ana Fontes, Celia Kano, Ingrid e Isis! Eu fui luz para quem estava no escuro e na verdade, quem mais precisava desse dia, era eu.